quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Prefeitura do Rio de Janeiro premia bom aluno

A prefeitura do Rio de Janeiro, sob a administração do prefeito César Maia, instituiu o pagamento em dinheiro para o aluno com conceito “muito bom”. Esta medida que visa incentivar a permanência do aluno na escola, irá premiar o bom aluno, podendo este receber como premio valores entre R$ 380,00 a R$ 4.560,00. Segundo a regra, a cada ano aprovado com o conceito “muito bom” o aluno terá direito a 2 salários mínimos, por matéria aprovada com este conceito. Se o conceito for atingido em todas as disciplinas do ano escolar o valor subirá até o patamar de 12 salários mínimos.
A ação está dividindo as mais diversas camadas da população, o que promete gerar ainda mais polêmicas. Com o atual exemplo de nossos políticos, este projeto já está sendo chamado de “Mensalão do Aluno”.
Diversas situações já foram apontadas, indo deste a pressão que os professores sofrerão para elevar as notas dos alunos, que não tenham capacidade de conseguir a premiação através de seus méritos, como até os professores que entrarão em acordo com os alunos visando a partilha do prêmio.
Não devemos esquecer o aspecto psicológico sobre os professores, que sobrevivem com salários indignos a sua função, tendo de ensinar a alunos que serão premiados com até R$ 4.560,00.
Outro aspecto que devemos analisar é sobre a influência de tal premiação sobre a formação social destes alunos. Não acredito que devemos fortalecer a idéia de que somente devemos fazer bem algo se formos premiados. Se continuarmos assim chegará o dia em que, dentro do ônibus, cobraremos dos idosos para ceder nossos assentos para eles. E até mesmo este simples ato de cidadania está se tornando raro aos nossos olhos.

sábado, 15 de setembro de 2007

Parcial do Plebiscito Vale do Rio Doce

Segundo organizadores do movimento, a expectativa é de que mais de cem mil urnas sejam apuradas em todo o Brasil.
O resultado será entregue ao presidente da República em 25 de setembro.
O principal objetivo do plebiscito é pressionar o STJ a julgar rapidamente o mérito da ações contra a privatização da Vale.
Na Paróquia de Nossa Senhora Aparecida, apuração de votos (não oficial) de acordo com Lista de Votação, obtivemos um total de 491 votos, sendo 96 de menores de 18 anos e 395 das demais faixas etárias.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Livro de teólogo é censurado

Vaticano pede ‘revisão de teses’ de padre americano

O teólogo americano de origem vietnamita Peter Phan, professor da Universidade de Georgetown e padre da diocese de Dalas, se tornou alvo do zelo doutrinário do Vaticano, em particular da Congregação para a Doutrina da Fé – nome com que papa Paulo VI rebatizou o Santo Ofício, em 1965.
Phan, que já presidiu a Sociedade Teológica Católica dos Estados Unidos, publicou em 2004 o livro Begin Religious Interreligiously: Asian Perspectives on Interfaith Dialogue (Ser religioso de forma inter-religiosa: Perspectivas asiáticas sobre o diálogo entre crenças). Na obra, ele propõe uma abordagem positiva das religiões não cristãs.
Segundo a revista National Christion Repórter, o teólogo já recebeu uma carta assinada pelo arcebispo Ângelo Amato, o número 2 da Congregação para a Doutrina da Fé, em que pede, em 19 “comentários”, que reconsidere suas teses e peça à editora para não reimprimir o livro.

“Ambigüidades”
O Vaticano e a hierarquia da Igreja nos Estados Unidos avaliaram que o livro de Phan contém “sérias ambigüidades” em relação a pontos essenciais da doutrina católica.
Entre os pontos problemáticos, estão reflexões de Phan que enfraqueceriam o papel de Cristo com “Salvador único e universal” e o da Igreja como instrumento para essa salvação.
O Vaticano não decidiu ainda se vai punir Phan e assegurou que “o diálogo prosseguirá”, segundo porta-voz da Conferência dos Bispos dos EUA. Segundo o vaticanista John Allen Jr., o novo caso confirma que não há nada que preocupe mais as autoridades eclesiásticas católicas, Bento XVI à frente, do que iniciativas que favoreçam o “relativismo religioso”.
Em março, o Vaticano condenou seis pontos do pensamento do jesuíta Jon Sobrino. A Congregação para a Doutrina da Fé considerou que o espanhol, que vive desde 1958 em El Salvador, não endossava a doutrina de que Cristo é “verdadeiramente Filho de Deus que se fez homem”.

(Estado de São Paulo – caderno A21 – 14/09/2007)

Um picadeiro chamado Congresso Nacional.

“O circo do Congresso Nacional, tem a honra de apresentar o maior espetáculo da terra.
A cassação de Renan Calheiros”.

Pela primeira vez uma votação do Congresso Nacional não terminou em pizza, e sim em atração circense. E nós, os quase 180 milhões de brasileiros, que estavam na platéia foram impedidos de assistir a apresentação. Mais uma vez o “apagão” tomou conta do picadeiro, digo do Congresso, escurecendo-o e impedindo que a platéia pudesse acompanhar o que se passava.
E nós que, com o suor de nossos rostos, pagamos por este espetáculo e pela manutenção deste circo, chamado Congresso Nacional, fomos privados de saber quais os atores que se recusaram a participar do espetáculo, ou mesmo os que não atuaram conforme a vontade popular.
Quase classifiquei como palhaços os seis senadores que se abstiveram de votar a cassação de Renan Calheiros, mas na realidade o palhaço desta história sou eu. Afinal sou eu que levanto-me cedo para trabalhar, enquanto os senadores dormem. Sou eu que trabalha todos os dias, enquanto os senadores apenas 3 dias na semana. Sou eu que mal consigo tirar 20 dias de férias, enquanto eles gozam de 3 meses. Sou eu que sou extorquido em abusivos impostos para manter esta “casa de espetáculo”.
O resultado em si não é mais importante, e sim as articulações e conchavos acertados para a obtenção desta absolvição. Quantos acordos escusos não foram fechados? Quantas pontas de tapetes não foram levantadas, mostrando a sujeira existente por debaixo deles, fazendo calar alguns dos senadores?
As eleições se aproximam, mas assim como a qualidade do ensino público, a qualidade dos candidatos cai a cada ano. E os poucos que se destacam e conseguem motivar a população, após elegerem-se assumem a mesma posição que repudiavam.
E o que faremos agora? Esperamos o próximo espetáculo?
Que desanimo! Quanta desilusão!
E o brasileiro de tanto sofrer com as mazelas de nossos representantes e governantes, sentem-se sem energia para opor-se a essa situação. Mas chegará o dia em que o idealismo, apresentado na revolução de 32 e no golpe de 64, novamente se instalará nos brasileiros, fazendo-os reagir.
As armas para esta nova revolução os brasileiros possuem, basta apenas a consciência de saber fazer uso delas. O voto é nossa arma. A Internet, com seu poder comunicação poderá nos auxiliar, levando em poucos segundos nossas idéias a lugares que, em outras épocas, levariam dias, semanas ou até mesmo meses para chegar.
Enquanto isso, que cada chama deste idealismo possa acender uma nova chama.

Governo pretende equipar a rede de ensino com notebook

Santos, 04 de setembro de 2007.

O jornal Metro apresentou, em sua edição de ontem, matéria sobre a pretensão governo federal em adquirir 150 mil computadores notebook, para equipar as escolas públicas do Brasil.
Esses computadores, que possuem finalidade educacional e de alta resistência, inclusive contra quedas e líquidos, estão sendo desenvolvidos por diversas empresas, entre elas a Intel. Eles ainda terão acesso a Internet, através de rede sem fio, e dependendo do modelo o disco rígido será trocado por memória flash (mesmo sistema utilizado em equipamento Ipod).
Concordo que a iniciativa é válida quando se fala em exclusão digital, mesmo sendo essa ainda de método de aplicação discutível. Afinal acabar com a exclusão digital não é apenas equipar as escolas com computadores, é também preparar os professores a fazer uso destes equipamentos sob a ótica educacional. Além disso, devemos ter consciência e preparo para analisar se a rede de ensino não possui necessidades mais importantes.
Esta mesma preocupação foi apresentada pelos profissionais de educação. Segundo eles não basta apenas colocar computadores nas escolas, isso até poderia piorar a situação. O próprio Ministério da Educação divulgou uma pesquisa onde apontava que, nas escolas públicas que receberam computadores, a nota média dos alunos baixou.
Isso prova que, ainda temos muito que fazer antes da chegada desses computadores as nossas salas de aula.

Ainda sobre o assunto, o jornal Estado de São Paulo, na edição de hoje, apresenta matéria sobre escolas que estão utilizando, em caráter experimental, computadores em salas de aula. Conforme a diretora de uma escola de Porto Alegre, os resultados tem sido satisfatórios e que os alunos estão descobrindo o computador como fonte de pesquisa e não somente para diversão e entretenimento. Não sou contra a sua utilização, inclusive acredito que bem utilizado, o computador poderá melhorar e muito o nível escolar. A questão é saber qual o critério de distribuição a ser utilizado, assim como a estrutura tecnológica necessária para seu bom aproveitamento e quem será o responsável pelo custo da montagem e manutenção desta estrutura.

Lembrando ainda que, temos centenas de escolas, espalhadas pelo Brasil, que não possuem estrutura física ou humana para atender o mínimo previsto na constituição, quanto mais receber e fazer uso de tais equipamentos.

Discutindo o assunto com meu irmão, que trabalha na fundação cultural de uma prefeitura do Estado de São Paulo, e de um professor, mestre em comunicação social, concluímos que, assim como a lousa, os cadernos e os livros, os computadores, desde que bem utilizados, podem ser utilizados como ferramenta para se obter o conhecimento desejado e necessário, mas em relação a sua compra, esta deveria ficar a critério dos conselhos de pais e mestres por entendermos que, sendo conhecedores da realidade das escolas, estes saberão priorizar as suas necessidades.

Quanto ao investimento a ser efetuado, o governo pretende comprar, neste primeiro lote, 150 mil equipamentos, mas sabe-se lá quantos serão no total e a que preço. A previsão é que cada notebook seja adquirido ao preço de $130, gerando um investimento inicial, para este primeiro lote, de aproximadamente R$ 54.600.000,00, sem contar o custo da estrutura necessária para sua utilização.

No montante o valor é representativo, equiparando-se ao prêmio da mega-sena acumulado por semanas, mas imaginando a cota a ser destinada a cada escola esta talvez não chegasse a ser representativa dentre tantas necessidades, mas mesmo assim deveríamos possibilitar as escolas, através de seus conselhos de pais e mestres, a opção de escolher entre participar ou não desse projeto, ou ainda, que a sua cota de computadores pudesse ser revertida em ações que minimizassem as suas necessidades.

Outra preocupação é que no futuro esses mesmo computadores novamente tornem-se manchetes de jornais, onde participariam da abertura de mais uma CPI para apurar compras superfaturadas de equipamentos que nunca chegaram ao seu destino, ou quando muito serem encontrados, ainda encaixotados, em uma escola, sem energia elétrica, perdida no sertão nordestino.

Plebiscito Vale do Rio Doce

Na reunião ocorrida no dia 31/08/2007, discutimos sobre o plebiscito popular, apoiado pela CNBB, que trata da anulação da privatização da empresa Vale do Rio Doce.Esta privatização que ocorreu em 1997, no governo de Fernando Henrique Cardoso. Na época a empresa que possuia um valor estimado de 92 bilhões de reais, foi leiloada por 3,3 bilhões de reais.A avaliação para elaboração do edital foi efetuado por um consórcio de empresas, do qual o banco Bradesco participou e hoje é um dos principais acionistas da empresa. Sendo que isto é proibido pela Lei das Licitações.Devido a inúmeras irregularidades e processos judiciais a privatização da Vale do Rio Doce ainda está em julgamento, podendo a venda ser anulada.Este plebiscito será efetuado entre os dias 1 e 9 de setembro e o grupo estará envolvido em sua divulgação e coleta de assinaturas.