sexta-feira, 4 de junho de 2010

Caminhando ao meio do desperdício.

Trabalhando na região central da cidade de São Paulo, tendo como ponto de referência o tão famoso Mercado Municipal, diariamente caminho por suas redondezas a caminho da empresas para qual trabalho.

Ao percorrer esse percurso, onde se podem notar diversos imóveis antigos e perdidos na sua história, muitas vezes abandonados e servindo de abrigos a moradores de rua, noto, através da quantidade de verduras, legumes e frutas jogados no chão, que as ruas próximas ao Mercado Municipal são utilizadas para a descarga dos produtos oriundos das fazendas.

No momento que transito pela região os caminhões já se retiram, deixando para a equipe de limpeza urbana da prefeitura o árdua trabalho de liberar as ruas da sujeira, fazendo uso de uma pá carregadeira, visto a enorme quantidade de produtos jogados no chão, podendo-se calcular em algo muito próximo a tonelada.

Esse ainda poderia ser um fato corriqueiro, afinal diariamente são recolhidas dezenas de toneladas de lixo, se algo não me chamasse a atenção. Os produtos jogados no asfalto não estão impróprios para consumo, muitos estão apenas “machucados” devido ao transporte, mas em perfeita condição para o consumo, porém com sem valor de mercado.

Os produtos, ao serem descarregados, passam por uma triagem visual, onde os que apresentarem condições de serem comercializados são destinados ao mercado, os demais, mesmo que ainda em condição de serem consumidos, jogados para as rodas dos caminhões e destinados ao lixão.

Não sei informar se parte desses produtos, ainda nas últimas horas da madrugada, são aproveitados pelos moradores de rua local, mas nas primeiras horas da manhã poucos são os que se aventuram a buscar alimento entre os montes de alfaces, couves, beterradas, cenouras, abobrinhas, etc..., que se espalham pela rua.

A questão é que tamanha quantidade de alimentos são destinados ao lixão, enquanto diversas famílias passam fome.

Será que tais alimentos não poderiam ser direcionados a entidades de assistência social? Ou mesmo distribuídos nas comunidades carentes?

Será que somos tão limitados a ponto de não encontrarmos uma solução? Ou falta apenas boa vontade?

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

BMW Vermelha

Uma família humilde recebe um verdadeiro presente de grego: um carro de luxo, que não pode ser vendido por dois anos. Para piorar a situação, ninguém sabe dirigir. O tempo passa, e o automóvel acaba tendo usos bastante inusitados...

domingo, 26 de outubro de 2008

Avaliação do projeto Eleições 2008

Finalizado o projeto de Eleições 2008, onde disponibilizamos espaço para 22 candidatos apresentarem suas propostas à comunidade, redigimos este documento com a finalidade de gerar uma avaliação crítica sobre os objetivos propostos e obtidos. Com isso desejamos gerar subsídios para nova execução deste projeto nas futuras eleições.

Proposta:
Promover à comunidade maior consciência quanto ao voto consciente, auxiliando estas a assumirem a responsabilidade de cidadãos preocupados com o bem comum e com a vivência dos valores do Reino de Deus, possibilitando assim a construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

Divulgação:
Como meio de divulgação foram utilizados os avisos efetuados nas missas e cartazes fixados nos murais da paróquia.
As reuniões de CPP, Conselho Pastoral Paroquial, foram utilizadas para apresentar o projeto aos coordenadores de pastorais e movimentos, solicitando que estes enviassem ao menos um representante para cada apresentação.

Candidatos:
Participaram deste projetos 22 candidatos, sendo 19 ao cargo de vereador e 3 ao de prefeito, conforme a relação abaixo:

Prefeitos
Maria Lúcia Prandi - PT
Mariangela Duarte - PSB
João Paulo Tavares Papa - PMDB

Vereador
Jerônimo Lucena - PT
Alexandre Perciavalle - PT
Sidney Gaspar - PMDB
Roberto dos Anjos - PPS
Cassandra Maroni Nunes - PT
Sidney Antonio Verde - PT
Antonio Pereira da Silva - PP
Marcus de Rossi - PMDB
Paulo Murat - PPS
Paulo Cesar Peres (Borboleta) - PSB
Eustázio Alvez Pereira Filho - PTB
Augusto Duarte - PSDB
Telma de Souza - PT
Fabio Ayres - PMN
Marcelo Del Bosco - PPS
Miguel Blanco - PV
Reinaldo Martins - PT
Alcides Fonseca - PMN
Sandoval do Nascimento Soares - PSDB

Apresentação do Termo de Compromisso:
O termo de compromisso foi elaborado com o intuito de evitar que a imagem do pároco, da igreja, do grupo e da própria comunidade fosse vinculada a qualquer candidato, evitando que transparecesse um apoio eleitoral.
Quando dessa apresentação todos os candidatos, que haviam demonstrado interesse em participar deste projeto, foram convidados a participar da reunião onde o termo foi apresentado e assinado, assim como as dúvidas que foram apresentadas foram sanadas.

Apresentação da agenda:
O método de distribuição de datas e horários disponíveis ocorreu da maneira mais democrática possível, sendo esta apresentada aos candidatos e estes se apresentando como interessados neste nas datas. Quando da ocorrência de dois, ou mais, candidatos pleitearem a mesma data, estes entraram em acordo, sem a necessidade da interferência do grupo.

Participação da Comunidade:
A comunidade não demonstrou interesse neste projeto, tendo comparecido minimamente para o candidatos mais favorecidos e se ausentado por completo quando da apresentação de candidatos sem expressão nos meios de comunicação.
A solicitação para que cada pastoral ou movimento enviasse um representante não surtiu efeito, pois nem mesmo estes fizeram questão de participar.

Avaliação do grupo:
O grupo elaborou a sua avaliação conforme sob 2 (duas) óticas distintas, conforme apresentadas a seguir:

1) Comunidade:
Devido a falta de participação da comunidade, entendemos que o projeto não atingiu seu objetivo. Entendemos que a falta de credibilidade em nossos governantes e representantes seja o principal motivo dessa ausência.

2) Candidatos:
Neste ponto divergimos quanto ao candidato ter atingido seu objetivo, pois não tendo a participação da comunidade os candidatos se apresentaram muitas vezes para uma platéia composta por apenas 2 elementos, o que impediu que as horas de participação no projeto fossem utilizadas em locais de maior concentração de pessoas. Porém destacamos que foi uma ótima oportunidade, para as pessoas que se dispuseram a assisti-los, de conhecer os projetos dos candidatos, ou mesmo questionar algumas ações dos que participavam do processo eleitoral em busca de reeleição.

Conclusão:
Apesar de não atingirmos o objetivo do projeto, o grupo, tendo consciência que deu o seu melhor para a sua execução, entende que a causa da ausência da comunidade está na história política nacional, que com tantos anos de mazelas e escândalos gerou a falta de consciência política no indivíduo, considera que foi uma iniciativa importante para o crescimento político individual de cada elemento do grupo.

Projeto: Eleições 2008

Apesar de encerrado o período eleitoral do ano de 2008, apresentamos o objetivo que levaram a sua elaboração.

Nossa proposta era promover à comunidade maior consciência quanto ao voto consciente, auxiliando estas a assumirem a responsabilidade de cidadãos preocupados com o bem comum e com a vivência dos valores do Reino de Deus, possibilitando assim a construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

Para tal disponibilizamos espaço onde 22 candidatos, dos mais diversos partidos, apresentaram suas propostas à comunidade. Para que pudessemos preservar a imagem do pároco da igreja, da comunidade e do próprio grupo e também agirmos dentro de um processo transparente e imparcial redigimos o termo de compromisso abaixo.

TERMO DE COMPROMISSO PARA APRESENTAÇÃO DE CANDIDATO NAS ELEIÇÕES 2008.
Pelo presente instrumento particular, os infra assinados, de um lado o Grupo “Fé e Doutrina Social”, da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Santos, com sede nesta cidade de Santos, à Av. Afonso Pena nº 614, neste ato representado pelo abaixo assinado e de outro lado ................................................................................ ...................................................... candidato a ................................................................. domiciliado a Rua ........................................................................... nº. ............, nesta cidade, filiado ao partido .................................................................................., tem entre si justo o compromisso, como segue:

1° - O Grupo “Fé e Doutrina Social”, representado por Valdir Peres, Rose Peres, Basiliano Lucas, Danilo Barion e Marcelo Dias, será o responsável pela organização do evento, preparação do espaço, apresentação do candidato e a tomada de decisões que visem garantir que tudo transcorra da melhor maneira possível.

2° - O candidato, consciente da Lei Eleitoral, Resoluções e Instruções publicadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, poderá descrever sua trajetória de vida, profissional e política, sua proposta de campanha, objetivos a serem alcançados, e os motivos que o levaram a ser candidato.

3º - O candidato deverá ao apresentar suas propostas promover à comunidade maior consciência quanto ao voto consciente, auxiliando estas a assumirem a responsabilidade de cidadãos preocupados com o bem comum e com a vivência dos valores do Reino de Deus, possibilitando assim a construção de uma sociedade mais justa, solidária e fraterna.

4º - O encontro será agendado nos dias da semana de 5ª feira (quinta-feira) a domingo, conforme disponibilidade do salão paroquial, com duração máxima de 1H 30M (uma hora e trinta minutos), contando do horário agendado para seu início. O horário no período noturno, não poderá ultrapassar às 22H (vinte e duas horas), por cumprimento de encerrramento das atividades na paróquia.

5º - Fica sob responsabilidade do Grupo, anunciar nas missas do final de semana, informando nome do candidato, dia de apresentação e horário.

6° - Fica expressamente proibida distribuição de qualquer material do referido candidato na intenção de divulgar o encontro, sob pena do cancelamento do encontro.

7º - Ao candidato, sua assessoria ou a qualquer pessoa ligada diretamente a ele, ficará estritamente reservado apenas o dia da apresentação/entrevista para distribuição de material de sua campanha (panfletos/santinhos), sendo que este não poderá ser distribuído fora do espaço reservado para sua explanação.

8º - Fica expressamente proibida à utilização de qualquer momento e/ou evento de celebração religioso para divulgação de campanha. Entende-se como momento e/ou evento de celebração religioso a missa, batizado, primeira comunhão, casamento, reza de terço ou qualquer outro momento e/ou evento de oração ou expressão de cunho religioso.

9º - O candidato fica ciente que o encontro com a comunidade, o nome da Paróquia, do Pároco ou de qualquer membro do Grupo ou ainda do próprio grupo não poderá ser usado, em hipótese alguma, na campanha ou em qualquer outra circunstância de sua vida pública.

10º - O registro de imagens, seja através de máquinas fotográficas ou filmadoras, por parte do candidato, sua assessoria ou a qualquer pessoa ligada diretamente a ele, dentro ou fora do espaço reservado para sua apresentação, fica terminantemente proibido. Fazendo parte desta proibição a utilização de telefones celulares para o registro de imagens.

11º - Fica o candidato esclarecido que após o encontro deverá recolher todo material de campanha, não sendo possível deixar nas dependências da Paróquia, para eventual e futura distribuição.

12º - Não é permitido afixar faixas, cartazes, banner ou qualquer outro material de propaganda eleitoral nas dependências da Paróquia.

13º - Fica autorizado ao Grupo organizador, caso permaneça nas dependências da Paróquia logo após o encontro, o recolhimento e imediata destruição de qualquer material de propaganda eleitoral.

14º - Em comum acordo, decidir-se-á no dia do encontro se os participantes farão as perguntas por escrito ou abertamente direta ao candidato.

E por estarem assim justos e acertados, firmam este instrumento em 2 (duas) vias de igual teor, juntamente com as testemunhas abaixo.


Santos,......... de................................. de 2008.




Membro do Grupo “Fé e Doutrina Social”




Candidato




Testemunha




Testemunha

sexta-feira, 4 de abril de 2008

Isabella e Charlene, mais duas meninas nas estatísticas de crueldade.

A morte de Isabella foi causada pelo pai e pela madrasta? Por um cruel desconhecido? Por um maquiavélico conhecido? Ou talvez por uma fatalidade causada pela ingenuidade infantil ao brincar com uma tesoura?
Não sei, mas não mais importa, Isabella está morta. Sei apenas que o caso deve ser apurado, e se houverem culpados esses deverão ser punidos por seu crime.
A questão tornasse mais profunda por aumentar os números de atrocidades efetuadas contra inocentes crianças. Mal esquecemos as maldades que nos foram apresentadas pelo noticiário, onde a mãe adotiva e sua empregada torturavam a pobre menina, alegando estarem educando, vem o caso Isabella. Uma pequena criança, alegre e adorada por todos, que perde a vida pelas mãos humanas ou, na melhor das hipóteses, pela irresponsabilidade humana. Porém, quando o povo brasileiro, ainda indignado com tão trágica morte, se prepara para orar durante a missa de 7o. dia da morte de Isabella um novo caso de sangue torna a escorrer pelo chão. Charlene, uma menina de 10 anos, apareceu hoje, 04/04/2008, nos jornais por ter caído, ou sido jogada, do apartamento situado no 10o. andar do prédio onde mora. Onde novamente, pai e madrasta estão envolvidos. Mais um caso a ser apurado.
Graças a Deus Charlene não teve o mesmo fim que Isabella, mas nem por isso tornasse menos importante.
Onde iremos parar? Quantas crianças ainda deverão ser arrastadas por carro em movimento, para que o ser humano acorde para as atrocidades que faz? Quantas meninas deverão ser torturadas, sob a desculpa de método educacional, para que o ser humano perceba que assim não se constrói uma pessoa? Quantas crianças deverão ser encontradas no lixão, para que o ser humano perceba que a vida tem valor, e não é algo que se deva jogar no lixo? Quantas crianças deverão se prostituir, apenas para o deleite de homens e mulheres em busca de prazer? Quantas crianças deverão ser violentadas pela inconseqüência dos homens?
Não, não sei responder a qualquer dessas perguntas. Sei apenas que o mundo tornasse um mundo sem valor, sem amor, sem afetividade, sem dignidade, sem fé e sem esperança.
Talvez a falta de Fé seja um dos maiores problemas. A Fé que podemos ser uma pessoa de amor, de carinho e de compreensão. A Fé que Deus, independente de sua religião ou crença, não deseja isso para você e para seus irmãos.
Termino esse desabafo tentando entender o que ocorre com o mundo e se perguntando: O que minhas filhas deverão esperar desse mundo, se eu nada fizer hoje?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008


São Paulo, 07 de Fevereiro de 2008

SANEAMENTO

- Apenas 48% da população tem acesso a rede de esgoto

O Brasil ainda está longe de levar serviços de saneamento básico a todos os habitantes, sobretudo no que se refere a esgotamento sanitário. Segundo diagnóstico realizado pelo Ministério das Cidades, com base em dados de 2006, somente 48,3% da população conta com redes de coleta de esgoto. Menor ainda é o percentual de tratamento. Apenas 32,2% do esgoto que se coleta é tratado no Brasil. Quanto ao abastecimento de água, a situação é melhor.

As redes de água potável já atendem a 93,1% da população. O diagnóstico mostra ainda que foram efetivamente investidos em saneamento R$ 4,5 bilhões em 2006, um avanço em comparação a anos anteriores. Em 2002, por exemplo, foram só R$ 2,8 bilhões.

'Fonte: Valor Econômico

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

O novo bio-fóssil-combustível

Para ajudar no esclarecimento, conversei com o engenheiro mecânico Thomas Fendel – expert no assunto. O que é vendido como biodiesel brasileiro, explicou-me Thomas, vem a ser a mistura de muito diesel fóssil (derivado do petróleo) com um pouquinho do produto final oriundo de uma "sopa" de óleo vegetal (ou outra gordura natural), mais etanol (ou metanol) e soda cáustica (ou outra base ou ácido). O preparo desta "sopa" passa por um oneroso processo da transesterificação, que envolve aquecimento, retirada da glicerina e adição de aditivos para estabilização da mistura química.

Hoje, as regras brasileiras - muitas elaboradas pela ANP/Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - determinam que o resultado desta "sopa" seja misturado ao diesel fóssil na proporção de - apenas - 2% (percentual que se tornará obrigatório a partir de 2008). Ora, isso significa que o uso desse novo bio-fóssil-combustível, com 98% de componente fóssil, continuará emitindo componentes nocivos ao meio ambiente... quase mesma proporção do óleo diesel.

Alguns fabricantes de máquinas já aceitam o índice de 5%, como é o caso da Massey Ferguson, cuja frota está apta ao uso de B5 (5% de biodiesel + 95% de diesel fóssil). Não lhes parece, caros leitores, que isso pouco ajuda no combate ao aquecimento global e na defesa do meio ambiente?

Mercado do Biodiesel

Para Fendel, o ‘biobobo’ (quem o conhece sabe que é assim que ele denomina esse produto) é uma falácia. Ele insiste em afirmar que todo esse processo poderia ser evitado, gerando mais lucro para o produtor do óleo vegetal: qualquer motor diesel aceita "trabalhar" diretamente com óleo diesel + 20% de óleo vegetal qualificado, sem necessidade de adaptações mecânicas ao motor.

O pai do Proálcool, Bautista Vidal, também defende a utilização direta de óleo vegetal em motores, em detrimento do biodiesel, porque já existe tecnologia para tanto. E entende que o Programa Nacional de Biodiesel apresenta graves erros:
"Temos que usar o óleo. Por que produzir o biodiesel, se isso encarece o processo e o óleo é melhor?"

No Brasil, o mercado deste novo produto – rotulado enganosamente como milagroso – ganhou expansão a partir de maio de 2006. A Petrobras já conta com 10 produtores de biodiesel, e o número deve crescer para 23 até o final de 2007.

Nem todo biocombustível é biodiesel

Biodiesel é apenas uma espécie de biocombustível. E a mídia gera confusão ao tratar do tema: repassa-nos a idéia de que o biodiesel é o mesmo óleo vegetal extraído das oleaginosas. Mas não se trata disso, como explicou Fendel. Mas o incentivo do uso de biocombustíveis que colaborem para o esfriamento do planeta é altamente salutar para
o meio ambiente, para o mercado do agronegócio e para o bolso do agricultor.

Claro que a falta de produção de oleaginosas leva à falta de matéria-prima. Por isso, é preciso que suas vantagens sejam divulgadas:

  • o biocombustível é produzido a partir de matéria-prima vegetal renovável – soja, pinhão manso, macaúba, babaçu, dendê, girassol, mamona e outros – ao contrário dos combustíveis fósseis;
  • sua produção provoca o "esfriamento global";
  • a utilização do biocombustível na própria frota dos veículos dos produtores representa economia direta no bolso: sem gastos na compra de óleo usado nas máquinas haverá, em decorrência, redução dos custos de produção.

Mas temos poucos exemplos destas iniciativas. Na verdade, os estudos sobre a produção do biocombustível ainda não saíram totalmente do papel. E a estrutura necessária para a produção do produto final exige investimentos e conhecimento técnico.

As regras do jogo no Brasil

Os produtores que misturam o óleo vegetal ao diesel ou que usam somente o óleo vegetal são tratados como bandidos pelo fato de estarem exercendo o direito de produzir o seu próprio combustível. São assustados com os supostos perigos de dano ao motor dos tratores e das colheitadeiras, e da alteração negativa de rendimento
deste maquinário. As grandes companhias de distribuição – manipuladas pelas transnacionais do petróleo – estão preocupadas com o mercado clandestino do biocombustível, óleo vegetal que alimenta motores de caminhões
e de máquinas agrícolas, principalmente na Região Centro-Oeste do país. E já acionaram a ANP que, por sua vez, está fiscalizando esse "uso clandestino" e punindo os "fora-da-lei".

Por que isso ocorre? Por dinheiro e nada mais. As grandes distribuidoras estão perdendo volume de mercado. Estão deixando de vender o ‘bobodiesel’ para o agricultor que descobriu que pode usar o óleo vegetal que produz no motor do seu trator ou caminhão. Para o professor Adriano Benayon, doutor em Economia e autor do livro Globalização versus Desenvolvimento (Escrituras Editora, 236 pp., 1ª edição), as pequenas usinas de biocombustíveis terão
dificuldades para prosperar no Brasil enquanto aqui vigorar a regulamentação imposta pelo Banco Mundial, que exige especificações técnicas que só as grandes usinas podem atender. Tal medida, que fere os interesses sociais e econômicos do Brasil, foi implantada após o início do Proálcool.

Conclusão

Diante de tanta novidade e de tantas informações desencontradas, precisamos conhecer melhor o assunto biocombustível, questionar, buscar dados científicos seguros... olhos e ouvidos abertos! Não podemos aceitar
pacotes de informações manipuladas pelo interesse econômico petrolífero.

Embora veículos movidos a biocombustível pareçam novidade na tecnologia automobilística, sua proposta é antiga. Em 1897, Rudolf Diesel utilizou óleo de amendoim em seu motor ‘diesel’. Henry Ford acreditava no etanol como o combustível do futuro. Seu Ford T de 1908 – modelo que imortalizou o uso do automóvel – funcionava tanto com o biocombustível etanol como com gasolina.

Ana Echevenguá, advogada ambientalista, coordenadora do programa televisivo Eco&Ação-Ecologia e Responsabilidade (http://www.ecoeacao.com.br) e colaboradora e articulista do EcoDebate.Publicado originalmente em www.EcoDebate.com.br - 14/06/2007